PORQUE PRECISO DE PARTILHAR O QUE ME VAI NA IALMA
ISTO NÃO É UM MANISFESTO CONTRA NINGUÉM, É UM DESABAFO...
porque é que não:
o aborto não existe
não há aborto ilegal
o aborto ilegal não é uma causa de morte
esta lei obriga as mulheres a fazerem o que não querem
esta lei obriga a fazer um aborto a quem não quer,
eu não conheço ninguém que tenha feito um aborto
as mulheres não são seres responsáveis e por isso precisam que o estado as lembre, as acuse e as condene
os homens não têm responsabilidades nestas questões e contudo também respondem perante a justiça
estas situações são daquelas que nunca nos acontecerão a nós nem a ninguém que nós possamos conhecer um dia
como ninguém encaixa nos "padrões" de população que se vê obrigada a recorrer a situações de interrupção voluntária de gravidez, nunca ninguém vai precisar de recorrer às situações que a lei prevê...
não há hipocrisia....
...porque não aguento mais isto...vou votar SIM!
posted by marta carreiras at 10:08 da tarde
3 Comments:
não é preciso julgar o trigo pelo joio..
acreditem que há muita gente pelo não de boa fé, acreditando que é o melhor para as mulheres, para os bebés por nascer, para a sociedade
não é preciso chamar-nos a todos hipócritas
há argumentos válidos, dentro do contexto da argumentação ética para a IVG, não é preciso entrar no discurso do hipócritas contra assassinos -há fundamentalistas dos dois lados, mas a maior parte dos intervenientes está de boa fé, a tentar exprimir o que acha que é melhor
vivemos numa sociedade plural - as várias visões devem ser aceites - quem é do sim tem que aceitar que quem é do não está pelo bem assim como quem é do não tem que aceitar que quem é do sim está pelo bem
o resultado de domingo será o somatório de todas essas convicções, não um atestado de hipocrisia a quem pensa diferente da maioria
acreditem que não é preciso ser retrógrado ou fundamentalista religioso para achar que éticamente faz mais sentido não tornar litica a interrupção da gravidez do que tornar
11:33 da manhã
grace não tornes isto o que não é, nem individualizes o discurso.
A hipocrisia não é uma pessoa é um
mal a combater com um antibiótico qualquer que tu dirás.
Não falo em fundamentalismo, mas para mim a hipocrisia, tenha ela a forma que tiver, é uma questão fundamental com a qual não podemos
pactuar.
Concordarás comigo que a questão
da IVG, não é uma questão socio-cultural, nem religiosa, nem
económica, e como tal devia ser uma questão verdadeiramente discutida por todas as famílias e não uma guerra que faz trava longe das nossas casas seguras.
A mim assustam-me mais situações de famílias com padrões educacionais elevados, com acesso a todo o tipo de informação, que transmitem aos seus filhos valores que eu quero transmitir ao meu, mas que depois se vêem a braços com um problema que é real e com o qual não sabem lidar e estão preparadas á priori para o reprimir e omitir.
Estas vozes grace, como concordas gritam sílabas de hipocrisia.
Se não é uma hipocrisia, será uma imprudência confiar nas improbabilidades e nas certezas da ciência e da ética afastando e sectorizando o problema, sob pena
de ele bater a uma porta que conhecemos.
A clandestinidade num país é fechar os olhos a uma realidade e isso para mim é hipocrisia.
Como mãe, parece-me também uma hipocrisia dizer que existe uma coisa chamada aborto livre, porque a mulher que passa por uma experiência destas, seja ela despenalizada ou não, vai guardar com certeza muitas sensações e não acredito que liberdade seja uma delas
concordarás também que o que o homem não respeita, não controla e
não consegue resolver, encarcera e leva para longe dos olhos do resto da sociedade.
Assim acontece com os criminosos e com as lixeiras e dir-me-ás tu se não é uma hipocrisia dos homens, que podem porque mandam, o mesmo acontecer com mulheres que ninguém, nem mesmo a solidariedade conseguiu salvar.
Falo da hipocrisia que tenho encontrado nos discursos de homens e mulheres que se vanglorizam de desenvolver acções de solidariedade social que dizem capazes de mudar o mundo.
Não falo de ideologias, nem de fundamentalismos,nem de maiorias,nem de boa ou má fé, estou longe de adjectivos como retrógrado ou assassinos, porque acho que isto é um problema que devia ser encarado de frente por toda a gente e não só por alguns.
beijos
11:14 da tarde
eu também acho que se deve encarar o problema de frente
simplesmente acho que abortar nunca é solução
ontem votámos, e das muitas visões sobre o problema, saiu um consenso. não me identifico com ele, mas respeito-o.
o que vos queria dizer a todos, é que os adeptos do não não estavam a ser hipócritas ao defender aquilo que pode parecer utópico que é defender que remover as causas do aborto, mais do que torná-lo livre, isso sim seria ajudar as mulheres
não estavam a falar de cor ou de forma muito fácil porque o problema não nos bate à porta
garanto-te que se um dia um filho ou filha minha se virem numa situação destas, terão todo o meu apoio, mas nunca ouvirão da minha parte que fazer um aborto é uma solução justificável
e acredito no mesmo para todas as mulheres e todos os embriões humanos cuja vida se encontra em causa
acredito que as dificuldades económicas por duras que possam ser, não se comparam à desestruturação de deve vir de se interromper a vida de um filho
exigo, desculpem-me mas exigo, que tal como eu acredito que ao defenderem o sim estavam a defender o que acham que é melhor para a sociedade, exigo que acreditem que ao defender o não, eu também o estava a fazer - não estava a defender umas posições utópicas e impossíveis de concretizar na prática
estava pelo não - porque acredito que os filhos das mulheres desesperadas têm o mesmo direito de ver a sua vida protegida que aqueles cujas mães os desejam - assim como acredito que é possível construirmos um mundo sem probreza, ignorancia ou injustiça
não estava contra as mulheres que quererao praticar a ivg, simpesmente acho que eticamente - e ética não deveria ser uma palavra vã - isso é condenável
é do somatório das convicções de todos que saem os valores seguidos pelos nossos legisladores - do somatório das convicções de todos - o não não era um entrave à liberdade, mas antes uma mão na consciência a lembrar-nos aquilo que estava em causa
mais do que o sim ter passado, o que me fez muita impressão é que muito poucos advogados no sim, reconheciam no não qualquer mérito ou legitimidade de argumento
e bolas, é uma vida humana que é preciso ponderar, é assim tão extraordinário que algumas pessoas tenham por convicção achar que isso deveria contar mais do que qualquer outro argumento
eu só gostaria de achar que os meus valores não são assim tão ETs, percebem isso? é só isso
não quero convencer ninguém, só ter o direito de acreditar nisto e de falar disso com naturalidade sem ser vista como uma atrasadinha
porque a raíz das minhas convicções nem sequer é de índole emocional ou por razões de fé, são critérios humanistas e de razão ética que fundamentam a minha opção
chega de discussões
mas deixa-me cheia de pena que quase ninguém tenha conseguido ver para além do sim ou não
eu tentei e comecei por fazer um post em que até dava as razões pelas quais acho legítimo haver gente pelo sim e pelo não
mas quanto mais o sim rotulava o não de hipócrita, retrógrado, religioso,... mais percebia que estavamos todos a falar em ideias feitas - muito poucos são os que conseguem relamente ouvir os argumentos do outro lado
eu tentei, e houve muitos advogados do sim que me mereceram atenção e consideração, reconheci legitimidade em muitos dos seus argumentos, não senti o mesmo do outro lado da cerca
se calhar foi de mim
beijos
7:20 da tarde
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