Das artes em Astérix

cavalgando a onda temática de BD que se apossou d'A Bela Tertúlia, gostava de fazer um post relativo à riqueza mais ou menos subliminar dos álbuns clássicos do Astérix, lamentavelmente delapidados pela evidente inferioridade narrativa de Uderzo nos seus álbuns a solo. Sem querer maçar as audiências gostava de apontar apenas dois exemplos presentes nos livros "Os Louros de César" e "Astérix e o Adivinho", sem dúvida um dos meus favoritos, embora eu nunca tenho habitado perto de uma fábrica de curtumes.

No que diz respeito aos "Louros de César", Goscinny e Uderzo brincam com a escultura clássica, criando um personagem presente num leilão de escravos que vai assumindo figuras emblemáticas desse estilo artístico. Uma delas é a do "Laocoonte", actualmente nos Museus do Vaticano, em que no original um sacerdote de Tróia combate as serpentes de Apolo enviadas para ajudar à derrota da cidade cercada pelos gregos. Goscinny e Uderzo fazem uma paródia alegórica, transformando-o num escravo afectado que enrola Astérix num pedaço de corda.

No que diz respeito a "Astérix e o Adivinho", em que o personagem principal é um charlatão que afirma prever o futuro nas entranhas dos animais, há uma alusão directa ao quadro de Rembrandt "A Lição de Anatomia do Dr. Tulp", revolucionário para a época, em que o modelo utilizado é o de um marginal que havia sido condenado à morte por roubar uma bolsa de moedas. Goscinny e Uderzo não precisaram de tanto - substituíram-no por um peixe e deram mais uma piscadela de olho a um público mais velho que, ao longo dos anos, vai reconhecendo a intencionalidade dos diferentes álbuns da dupla.





agora, segundo os relatos de mousezinger, as referências são a naves espaciais e a uns pseudo-extraterrestres que homenageiam.......Walt Disney. Não tenho palavras.