Desabafo sobre a Causa da masculinidade

Bem sei que homem português que se preze tem de gostar e perceber de futebol (football). Infelizmente não fui incentivado pelo meu pai a seguir esses caminhos aficcionados. Ele próprio não sabe o que é um fora de jogo, ou não percebe como é que os guarda-redes não se partem todos ao fazer aqueles voos exibicionistas. Por vezes sinto-me excluido e minorizado na minha condição de cidadão livre masculino português. Não vou à bola com a bola. Depois, também começo a pensar porque raio haveria de apoiar um conjunto de putos milionários, comandados por misters ainda mais ricos e que são servos de tipos obscenamente cheios dele. Ora, estando eu nestas minhas tristezas, apercebo-me que afinal também tenho na minha pessoa algo que se pode chamar de interesse tipicamente macho. Gosto de máquinas com motor, pneus, volante ou guiador e caixa de velocidades. Sei que muitos adeptos da bola acham que isto é um gosto burguês e típico da sociedade de consumo... ou produtos para jogadores de futebol pagos pelos adeptos. Sei também que é uma das minhas frustações: tenho um interesse que não devia ter, pois não posso aproveitá-lo. É carro, desculpem, caro. Neste aspecto os apreciadores (fanáticos) de futebol são mais felizes. Não são necessárias tantas posses.