Blogue de gente de verbo fácil e língua afiada como uma espada de hara-kiri. Alimentado por: Conde, DeNunes, Dulcineia, Edgarganta, Gaja do Teatro, Goretti, Grace Kelly, Jaimemorto, Mousezinger, Romero, Stôra e Toni Ciganita

segunda-feira, junho 20, 2005

Era uma vez a Esquarda de Belém... História digna de ser contada...

Certo dia, Dulcineia, deixa cair a carteira debaixo do carro, e na sua ingenuidade arranca a toda a velocidade com respeito pelo estômago, que o almoço esperava em casa.
Eis que a sua bafejada sorte fez com que uma cidadã a tivesse encontrado e, não tendo logrado encontrar o dono do objecto perdido o deixou descansadamente às 20 horas, na esquadra de Belém, perto da sua zona de residência...
Assim que Dulcineia se inteirou de todo o sucedido, apressou-se a ir no dia seguinte à esquadra de Belém resgatar a sua estimada carteira.

Na esquadra...
1º Acto (12:30)
(não deixaram Dulcineia entrar, teve de esperar à porta)
A1- Aguarde só um bocadinho.
(observa a parede, nela uma inscrição "Pela ordem e pela pátria!")
D- Boa tarde, ontem perdi a minha carteira e houve uma senhora que a encontrou,procurou-me todo o dia, mas como não conseguiu contactar-me, entregou-a aqui.
A1- Como é que soube que a carteira estava aqui?
D- A senhora contactou o número do cartão de saúde, e daí contactaram o meu pai, a quem deixaram o contacto da senhora. Aliás eu trago aqui um comprovativo com o meu nome, e o número do cartão (mostrou-lhe).
A1- A senhora como é que se chama?
(D.apontou para o nome que acabara de mostrar)

A1-Aguarde só mais um bocadinho...

(mandam-na entrar)

Falando com o 2º agente, e tendo exposto novamente toda a situação...

A2-Não sei de nada, minha senhora, mas olhe vou ligar ao meu colega que esteve aqui no turno da noite passada.
Ele diz que não tomou conhecimento...

D- Mas a senhora certificou-me que se tratava desta esquadra, aqui, perto dos pastéis de Belém...

A2- Tem a certeza que não foi na do Calvário?
Isso agora não sei, é a palavra da tal senhora contra a nossa...

D- Olhe fique com o meu número e com o meu nome, no caso de vir a saber de alguma coisa, avise-me.
A2- Eu posso avisar, mas...

2º acto (15:30) : O regresso com pai

P- Boa tarde, gostaria de falar com o chefe da polícia!

A2- Sente-se (não acedendo ao pedido).

P- (expôs pela 3ª vez a situação)

D- Acabei de falar com a senhora que me afirma não recordar o nome, mas sim o rosto do agente que a atendeu. Acresceu que este apontou tudo num papel, mas não só não lavrou o auto, como não lhe entregou nenhum papel a afirmar que tinha recebido um objecto perdido daquela pessoa.
A senhora garantiu que se fosse necessário, viria cá.

A2- Pois, acho tudo isto muito estranho, geralmente não costuma haver este tipo de confusões, mas às vezes acontece. Poderá ter sido entregue noutra esquadra...Não sei...O colega que esteve cá ontem, vai regressar hoje a partir das 18.00.

D- Está certo.

Terceiro acto (19:00) D. e pai (mais uma vez não deixam entrar)

A3- Digam...

D- (explica pela 4ª vez)

A4- (o agente protagonista da peça - dirige-se ao pai) : Olhe, em primeiro lugar, quero pedir-lhe desculpa, mas não sei se deva! Porque o que aconteceu com o meu colega foi que ele não teve tempo de me avisar nem a ninguém, guardou a carteira num armário e vinha hoje todo contente para lavrar o auto....


Assim avança o nosso país...

4 Comments:

Blogger DeNunes said...

comment 1:
vais de mal a pior. agora até as autoestradas pôes a falar

11:21 da tarde

 
Blogger DeNunes said...

comment 2:
seja lá o que isso foi, a culpa é toda tua. quem te manda perder a carteira!

11:22 da tarde

 
Blogger DeNunes said...

comment 3:
obrigado por teres aparecido na minha festa!:)
o azul fica-te a matar. e vai bem também com o bigode do edgarganta!!!

11:24 da tarde

 
Blogger Ricardo Machado said...

Depois daquela tosga, só podia perder a carteira! Os polícias é que têm razão em não dar confiança a esta juventude perdida.

12:04 da tarde

 

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